Conto grego I (parte II)

Assim foram passando vários anos, sempre no escuro e no mistério, dentro daquele templo. Psiqué, vivia o resto dos seus dias no palácio de seu pai, ansiando pelos beijos que à noite trocava com o marido. Eros por seu lado, olhava-a no Olimpo todo o dia e todos os dias ia mentindo à sua mãe, dizendo-lhe que Psiqué estava quase morta.

Tudo ia bem, até que um dos males de Pandora se apoderou, certa noite de Psiqué. A Curiosidade lhe falou baixinho, lhe dizendo para agarrar numa tocha e sobre a cara do seu marido a passasse, para que visse então com quem havia casado. Psiqué obdeceu, e qual seu espanto, quando viu que era o deus alado que todas as noites a beijava.
Mas algo de trágico aconteceu. Uma pequena fagulha saltou e queimou na cara Eros. Ele gritou de dor e fugiu, jurando não mais voltar.

Louca de amor, Psiqué rezou então à sua maior inimiga, a grande Afrodite.

Afrodite decidiu torná-la então sua escrava. " Deverás cumprir tudo o que eu te disser!". E assim foi. Psiqué foi obrigada a ensandecer aos poucos, cumprindo cada uma das missões impossíveis que a Deusa lhe dava. Uma delas foi separar os grãos de areia brancos dos pretos de um monte que a deusa lhe deu...

Mas Psiqué sempre venceu. Cheia de Alma e Coração, a feliz mortal ajudada pelas formigas libertou-se da sua missão, separando cada um dos grãos.

Por esta altura, já Eros havia eloquecido de Tristeza. Foi então que a grande deus decidiu elevar ao céu Psiqué, torná-la em mortal e deixar de parte o seu mesquinho ódio e a sua horrível inveja.

E assim o amor e o coração se juntaram. Ele, deus grande de seta apontada...Ela deusa da alma, bela e gentil, com a coragem e a persistência guardada na mão.

Quando é que a Deusa nos acolhe a nós???