terça-feira, fevereiro 20, 2007

Trident Verdes e Cartões de Multibanco (parte 1)

Férias...Carmelo adorava estas férias em que chovia e não tinha absolutamente nada que fazer (à excepção talvez de pensar demais no João, o que a sua avó não haveria de gostar...). Sentia-se sufocada por recordações tristes e por prospecções futuras ainda piores. Precisava de limpar a cabeça...saiu. Já mal se lembrava do ar frio que lhe cortava a pele quando atravessava os breves quarteirões que a separavam do centro comercial. Sabiam-lhe a uma liberdade que não experimentava desde o dia em que tivera nas mãos as chaves do carro do pai...mas ele não percebia que ela queria andar...

Deu por si num Continente semivazio, como era sempre nas tardes dos dias de semana. Perguntou-se o que estaria a fazer ali. Pegou num pacote de trident verdes (as que o João gostava de lhe provar na boca) e encaminhou-se para a caixa...escolheu a 5...mudou de ideias, não porque estivesse muita gente, mas porque o rapaz da caixa era uma criatura loira, bronzeada, de sorriso largo e brilhante, cujo perfume lhe chegava de longe...e não havia nada que a assustasse mais do que pessoas bonitas, pelo menos demasiado bonitas. Chegou-se discretamente para a caixa 6, onde um rapaz moreno de traço mais comum lhe passou as pastilhas por aquela luzinha vermelha que apita (que a fascinava quando era criança).

"65 cêntimos" anunciou ele. Carmelo remexeu a carteira, mas não encontrou uma única moeda. Pegou então no cartão da caixa.

- Desculpe - protestou o rapaz - vai mesmo pagar uma caixa de pastilhas com o cartão?

Carmelo pensou numa explicação mas não tinha nenhuma, como sempre. Subitamente, notou que o rosto do rapaz se alterou. Parecia ler todas as inscrições do seu cartão. Esperou. Ele fixou-a com um sorriso inexprimível:

- Carmelo?
- Sim.
- Sou eu Carmelo! - apontou freneticamente para a sua placa de funcionário...ela leu-a "João Pedro Medeiros".
- Pedro! - sentiu-se corar, sentiu o sangue fugir, sentiu o mundo girar e girar sem que fosse capaz de o perceber.

- Hey! Rapaz! Isto não é sítio para namorar! Despache-se que tenho pressa! - um homem gordo gritava da outra ponta da caixa.
Pedro apressou-se a passar o cartão e Carmelo a marcar o código...nem sabia como se lembrava dele.

- Carmelo...eu saio em cinco minutos...espera-me!

Carmelo não foi capaz de responder...acenou com a cabeça e correu. Ele existia mesmo...não era um sonho! Cinco minutos...o tempo de uma vida que agora ia começar...

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cinco minutos! A carmelo está a cinco minutos da felicidade! Quantos anos estarei eu? xD

Ps: O raio do rapaz trabalha em montes de sítios!!!:P

Love you

21/2/07 00:08  
Blogger Pips said...

LOLOL! Que moca! 5 minutos! Yeah! Realmente ele parece trabalhar em todo o lado =P mas ainda bem que a Carmelo não foi para a caixa do morenaço! ;)

Espero que a felicidade também esteja a 5 minutos de ti, Mary! ;)

*** Kisses!

21/2/07 17:25  
Anonymous Anónimo said...

lool! Eu pensei em fazer um post extra em que explicasse como é que o Pedro foi parar ao continente, ms achei que já era demais e estragava o efeito surpresa.

E os meninos estão convencidos que vem aí a felicidade pq??? Eu disse de um VIDA q agr começava, n era a felicidade =P

21/2/07 17:59  
Blogger Alexx M. said...

Sweeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeet!!!!!

Amei, Mé! Há vezes em que as coincidências (serão mesmo coincidências??) podem fazer a vida mudar no sopro de um momento, fazendo com que finalmente a nossa vida comece!! E quem sabe se com ela não vem a nossa felicidade?! I hope so...

Gosto-te menina********

23/2/07 00:41  
Blogger fairy dust said...

Love yous to***

26/2/07 12:40  

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