tridente verdes e Violetas da Pérsia (parte 2)
...5 minutos...
Era tanto tempo e de repente parecia tão pouco! Carmelo (que agora pensava em tudo menos na sua avó) sentia o peso do tempo cair sobre si. Começava a pedir ao destino que adiasse aquele dia, o dia em que conhecera o Pedro. Tinha saído de casa à pressa e tinha possivelmente vestido a pior coisa que estava no armário. Não se tinha sequer esforçado por pentear os caracois rebeldes. Teve uma sensação de pânico incontrolável. Correu para a montra mais próxima, a que tinha um vidro escuro que a reflectia. Não gostou do que viu. O pânico cresceu. Começou a mastigar as tridents, uma após a outra, até que se sentiu tão mal disposta com o sabor de hortelã que as deitou todas fora. Não estava a adiantar nada.
Voltou para a montra espelhada. Tentou num gesto desesperado endireitar os cabelos. Não conseguia! Pegou no elástico que tinha sempre no pulso. Sentiu uma mão forte segurar-lhe o braço:
- Porque fazes isso?
Pedro...O reflexo dele fixava-a nos olhos. E ele sorriu. O pânico de Carmelo esmoreceu. Sorriu para ele também sem encontrar nenhuma palavra que pudesse dizer-lhe...e para quê?
Sentaram-se num daqueles banquinhos horríveis de centro comercial, mas que naquele momento eram tão confortáveis por terem os olhos entregues um ao outro.
- Tu existes mesmo!
- Tens caracois!
- Tens cabelos pretos!
- Os teus olhos brilham lá dentro!
- Os teus fazem-me sentir calor!
- E ficas com os lábios vermelhos quando estás nervosa!
- Tens braços de pessoa forte!
- Eu SOU forte!
risos
- Tens uma orelha de elfo!
- Cheiras a praia!
- Tens mãos de donzela!
- Tens sorriso de colgate!
- Cheiras a violeta da Pérsia...
- A quê?
- Espera! - disse Pedro, e correu de novo para o continete, como uma criança que anseia por mostrar o objecto mais importante do mundo.
Reapareceu tão rápido quanto desapareceu. Tinha um sorriso travesso e os olhos negros brilhavam como nunca:
- Fecha os olhos!
- É de fechar os olhos e abrir a boca?
- Sim! Não! Não sei! Fecha os olhos Mel! - Carmelo obedeceu, pensando como aquele rapaz era uma criança grande.
Sentiu um objecto frio ser colocado entre as suas mãos...e depois...e depois...dois lábios poisaram sobre os seus, com uma suavidade que contrariava a sua firmeza. Sentiu-lhe o sangue pulsando por baixo daquela fina camada de pele, com um calor ao qual se queria entregar para sempre.
Abriu os olhos. Pedro sorriu-lhe e pegou-lhe nas mãos como se nada tivesse acontecido. Carmelo só então notou o pequeno vaso com delicadas flores roxas, que exalava o perfume mais maravilhoso que já tinha sentido.
- Violetas da Pérsia, vês?
Era tanto tempo e de repente parecia tão pouco! Carmelo (que agora pensava em tudo menos na sua avó) sentia o peso do tempo cair sobre si. Começava a pedir ao destino que adiasse aquele dia, o dia em que conhecera o Pedro. Tinha saído de casa à pressa e tinha possivelmente vestido a pior coisa que estava no armário. Não se tinha sequer esforçado por pentear os caracois rebeldes. Teve uma sensação de pânico incontrolável. Correu para a montra mais próxima, a que tinha um vidro escuro que a reflectia. Não gostou do que viu. O pânico cresceu. Começou a mastigar as tridents, uma após a outra, até que se sentiu tão mal disposta com o sabor de hortelã que as deitou todas fora. Não estava a adiantar nada.
Voltou para a montra espelhada. Tentou num gesto desesperado endireitar os cabelos. Não conseguia! Pegou no elástico que tinha sempre no pulso. Sentiu uma mão forte segurar-lhe o braço:
- Porque fazes isso?
Pedro...O reflexo dele fixava-a nos olhos. E ele sorriu. O pânico de Carmelo esmoreceu. Sorriu para ele também sem encontrar nenhuma palavra que pudesse dizer-lhe...e para quê?
Sentaram-se num daqueles banquinhos horríveis de centro comercial, mas que naquele momento eram tão confortáveis por terem os olhos entregues um ao outro.
- Tu existes mesmo!
- Tens caracois!
- Tens cabelos pretos!
- Os teus olhos brilham lá dentro!
- Os teus fazem-me sentir calor!
- E ficas com os lábios vermelhos quando estás nervosa!
- Tens braços de pessoa forte!
- Eu SOU forte!
risos
- Tens uma orelha de elfo!
- Cheiras a praia!
- Tens mãos de donzela!
- Tens sorriso de colgate!
- Cheiras a violeta da Pérsia...
- A quê?
- Espera! - disse Pedro, e correu de novo para o continete, como uma criança que anseia por mostrar o objecto mais importante do mundo.
Reapareceu tão rápido quanto desapareceu. Tinha um sorriso travesso e os olhos negros brilhavam como nunca:
- Fecha os olhos!
- É de fechar os olhos e abrir a boca?
- Sim! Não! Não sei! Fecha os olhos Mel! - Carmelo obedeceu, pensando como aquele rapaz era uma criança grande.
Sentiu um objecto frio ser colocado entre as suas mãos...e depois...e depois...dois lábios poisaram sobre os seus, com uma suavidade que contrariava a sua firmeza. Sentiu-lhe o sangue pulsando por baixo daquela fina camada de pele, com um calor ao qual se queria entregar para sempre.
Abriu os olhos. Pedro sorriu-lhe e pegou-lhe nas mãos como se nada tivesse acontecido. Carmelo só então notou o pequeno vaso com delicadas flores roxas, que exalava o perfume mais maravilhoso que já tinha sentido.
- Violetas da Pérsia, vês?
E Carmelo reveria para sempre aquele dia em que entregou a alma a Pedro de cada vez que sentia aquela maravilhosa essência que se misturava com o cheiro de praia dele...
A vida regressara a si pelo leve pulsar dos lábios do homem-menino em que tropeçara...
E a vida cheirava a Violetas da Pérsia.
8 Comments:
Não encontrei nenhuma imagem de uma violeta da Pérsia para colocar aqui, e se procurarem vão ver que o que aparece são na realidade ciclames.
As violetas da pérsia são a flor mais maravilhosa que já tive. Aconselho vivamente a compra de uma!
E agora vamos às dedicatórias. A minha última Carmelo é dedicada às minhas avós, em quem penso todos os dias, tal como a Carmelo, e que, uma da terra e outra do céu, fazem todos os possíveis para me guiar até à felicidade.
Dedico este post também ao "Lucas", à "Maria" e à "Diana", a quem eu peço desculpa por não aparecerem mais.
E já agora, uma dedicatória também para o "João", que nunca vai ler a Carmelo, mas que um dia já foi como o "Pedro".
Não imaginava um fim melhor para a carmelo... Agora percebo o teu nick da net: Waiting for a stranger.
Adoro-te mana. Adoro aquilo que escreves e adoro aquilo que sentes. Adoro que consigas compreender aquilo que sinto.
Num palavra... a carmelo será a nossa fada para sempre
Oh..mt obrigada mamninho joão. Tenho só a dizer-te que aquilo que postaste não é uma violeta da Pérsia. É o tal do ciclame que eu disse que aparecia no motor de busca quando procuramos a violeta.
A violeta da persia é uma flor mt pequenina, parece um arbustinho, existem roxas e brancas e cheiram a chá.
E sempre eram 5 minutos para a felicidade! =) e viva o amor! Viva os lábios quentes de paixão dum menino com cheiro a praia!
Espero do fundo do coração que todos os meus melhores amigos (ok... toda a gente mesmo, mas em especial voces!) encontrem um amor de verdade e que o vivam ao máximo! =)
Adorei a história da Carmelo e espero que na vida real ela tenha também um final feliz! Wait for that beautiful stranger.
Kisses ***
Estou com as hormonas a dar sinal de vida por causa daquela altura do mês.
Mas na realidade não tenho inspiração suficiente para fazer
um post.
Então decidi vir aqui debitar emoções. Até porque hoje tive oportunidade de ver algo que o Jokinha já tinha mencionado, o último episódio de Will & Grace. Eu sei que as meninas não conhecem bem isto, mas o nosso maninho tinha razão, foi comovente, demasiado até. E pôs-me a pensar.
Tenho saudades vossas. De todos vós. E sei que enquanto amiga tenho muitas falhas, falhas essas que vocês, com o maior apoio e compreensão me ajudam a ultrapassar. E eu só tenho que vos agradecer por isso. Porque por mais merda que eu faça ou que possa haver entre nós, no fim do dia são sempre vocês que estão no meu coração, são só vocês aqueles a que posso chamar de Amigos.
E pronto...
Amo-vos. Por tudo aquilo que vocês são.
Obrigada por, duma forma ou doutra, continuarem aí, mesmo quando a distância e a ausência magoa.
*
Mé, texto lindo, como de costume, como tudo que escreves. Confesso que não era bem este o final que esperava para a Carmelo. Mas, se ela estiver feliz, é o que interessa. Porém, mais importante ainda, é a tua felicidade querida. E eu sei que estás quase a alcançá-la, mesmo que não a vejas ou nem sequer saibas onde está.
Peço desculpa pelo mega comentário...mas olhem...
" Unforgettable in every way...
And forever more, that's how you'll stay...
That's why, darling, it's incredible...
That someone so unforgettable...
Thinks that I am unforgettable too..."
=')
Raio da musica!!! Ate a ler so a letra tenho vontade de chorar!!!!
Jo, como te disse, conheço essa fase. Identifica a causa do bloqueio e resolve-o. Estou aqui para o que for preciso.
Podes confiar em mim.
Beijos
Xi! Q gd coment Jo! Obrigada por apareceres por aqui finalmente =P
Tb temos saudades tuas sua monga (carinhosamente)!
Já agr...como é que esperavas que isto acabasse? (eu confesso q tb n era bem isto q eu tinha pensado, mas saiu)
Nem acredito que ainda não tinha comentado isto!! Le grand finale da Melita e eu nada... Crime!!
Mas pronto, para me redimir, aqui estou...
A Carmelo menina que em certas alturas acreditava-se vir a morrer, deu a volta por cima, bateu com o pé e conquistou a sua felicidade e a sua liberdade... Porque por vezes não somos nós que guiamos as personagens, mas são elas que nos guiam a nós, autores. E a Melita é dessas personagens que sai do papel e encaixa-se no mundo real, representa um pouquinho cada rapariga por esse mundo espalhada, ganha o direito a ser feliz cm qualquer uma de nós merece... E agr que a Mel já tá contente e feliz, fico à espera do próximo capítulo em que a sua autora vai ter o mesmo cheiro de violetas da pérsia e o mesmo brilho no olhar :)
Bjos gds***
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