Contagem regressiva para o fim da alma - 22º dia
"Bernardo...tens uma cara tão linda... és um ser impressionante...como pode alguém ter assim tanta sorte de conseguir ter um namorado tão perfeito" - a tenente Joana estava há horas sem fazer nada. Naquele dia estava fechada na esquadra até às tantas da noite, esperando que uma alminha perdida lhe viesse pedir a salvação.
- Que seca! - dizia ela, enquanto olhava para a foto do seu namorado. Namoravam fazia 8 meses, tudo era perfeito. Acreditava que aquele ser seria a sua alma gémea, meia laranja... seja o que for. Era perfeito. Tinha o corpo e a cara perfeita. Era amoroso, oferecia-lhe rosas todas as sextas-feiras. E mais do que tudo, confiava veemente nela. Nunca tinha ciúmes e até a encorajava a flertar, só pelo gozo da coisa, com outros rapazes...desde que nunca se esquecesse, de quem realmente a amava.
Mas como podia ela? Ele era perfeito...
- Oi amor...- precisamente nesse momento, Bernardo apareceu com as suas flores de sexta-feira.
- Que seca! - dizia ela, enquanto olhava para a foto do seu namorado. Namoravam fazia 8 meses, tudo era perfeito. Acreditava que aquele ser seria a sua alma gémea, meia laranja... seja o que for. Era perfeito. Tinha o corpo e a cara perfeita. Era amoroso, oferecia-lhe rosas todas as sextas-feiras. E mais do que tudo, confiava veemente nela. Nunca tinha ciúmes e até a encorajava a flertar, só pelo gozo da coisa, com outros rapazes...desde que nunca se esquecesse, de quem realmente a amava.
Mas como podia ela? Ele era perfeito...
- Oi amor...- precisamente nesse momento, Bernardo apareceu com as suas flores de sexta-feira.
*
Mariana arrumava os seus papéis no escritório, quando foi chamada à sala do seu chefe. Estava de mau humor e não lhe apetecia nada aturá-lo
- Chamou Doutor?
- Sim Mariana. Queria saber se já terminou o trabalho.
A pergunta era simples e Mariana o sabia: " Já acabaste para irmos para a cama?". Tinha de se esquivar...
- Não doutor... tenho de levar os processos para casa.
- Que pena... - podia estar muito carente, mas o seu trabalho vinha acima de tudo... pelos vistos teria de dormir com a sua mulher...
- E vou sair mesmo agora. Boa noite. Até amanhã.
O advogado resmungou qualquer coisa e deixou-a partir. Mariana entrou dentro do seu carro e pôs música. Não conhecia muito bem a canção que estava a dar, por isso, ia entoando a melodia enquanto dizia barbaridades em inglês, palavras estranhas que se aproximavam mais do esloveno, do que do inglês. Mas que importava? Quem a julgava?
Saiu do carro, junto à sua casa de Alcabideche. Disse boa noite ao seu vizinho histérico que afastava o gato com um "Xuxu" abichanado e entrou dentro de casa...
O silêncio....
O silêncio que se ouvia...
Nem a sua gata fazia qualquer som.. naquele dia, limitou-se a olhá-la sonolenta e a voltar a deixar-se adormecer...
Mariana abriu a torneira da banheira, despiu-se e entrou na água a ferver, para relaxar...A água foi-se tornando salgada...com as suas lágrimas de solidão...
*
- Oi.
- Ah, oi Diogo, nem te vi.
- Então, como está a princezinha hoje? - Diogo era um colega de curso de Filipa. Desde do início do último ano do curso que se fazia todo o santo dia a ela. Chegou mesmo a convidá-la para sair, várias noites... mas a resposta foi sempre não... Ela era uma namorada dedicada que nunca faria nada para trair o namorado, estudante de medicina que trabalhava na morgue...
- Olha, por acaso esta noite não queres vir ao arraial da faculdade?
Filipa hesitou...
- Vá lá. Vai ser giro!
- Bom... acho que o Pedro também não vai querer fazer nada hoje. Deve estar a dormir que ontem teve banco... está bem..
E assim pipa foi, à noite com Diogo para o arraial, na condição de amiga... nessa mesma noite, Pedro, em movimentos semi-horizontais, deixava-se envolver com a guarda loira que dias mais tarde, pipa viria a conhecer.
*
- Vá lá Carlos, vai ser giro!
- Não me apetece! Já te disse! - Eu estava farto das saídas. Nunca conhecia ninguém, nunca ninguém reparava em mim! Estava farto de ser o encalhado, o rejeitado. Não queria mais sentir a rejeição. Por isso, recusei o convite da Pipa para ir ao Arraial. Além do mais...estava exausto. Tinha estado numa sessão com uma criança autista, com uma alteração brutal em termos de comunicação. Batia os pés. Mordia as pessoas e praticamente não falava, como quase todos os autistas. Estava exausto...
- Cortes!
- Cortes não! O que tu queres é alguém que te impeça de saltar para cima do moço!
- Carlos!
- É verdade! Agora com licença que estou mais do que podre e quero ir tomar banho...
- Bah! Ta bem! Va beijos
- Beijos, tchau. - desliguei.
Não tinha grande coisa para fazer nesse dia. Queria tomar o meu banho e ir para a cama. Decidi então ver o correio.
- Contas...contas...uma carta do seguro...mas...o que é isto? Que quer este parvo? - aquele nome era-me muito familiar... era o nome do homem que me havia tirado tudo. Tudo aquilo a que eu tinha direito. Era uma das causa do meu sofrimento . - Carlos. Preciso falar contigo. Quero resolver tudo. Aparece Às 22 no parque Conde Castro-Guimarães, s.f.f. - li
Li eu. Ainda não sabia se ia ou não... naquele momento, nada importava, nem mesmo a raiva que sentia... estava cansado.
Caminhei então para a casa de banho. A minha gata estava deitada sobre a minha cama,. Quando me viu, olhou-me bocejando e voltou a dormir... Na minha casa... um silêncio... o doloroso silêncio da solidão...
Abri a torneira e meti-me dentro do quente banho. Ali comecei a pensar no dia da minha morte... pensei naquele último dia, em que tinha a certeza de não mais querer viver... naquele dia em que me fartei da vida. Lembrei-me então dele... ele que me parecia ao principio, um verdadeiro deus. Aquele que tinha a certeza que seria meu para sempre. Mas não foi. Afinal era um demónio, um ser que só me queria ver sofrer....
Mas os outros diziam tão bem dele... pelos vistos, todos nós temos várias faces... Todos temos várias fachadas. Quantas vezes me havia dito que eu era convencido mas humilde. Quantas vezes me tinham dito que era complexo mas tão inocente...quantas vezes me tinham dito o quão contraditório era eu...
Naquele momento... entrei dentro de água... a água que se foi tornando salgada...com as minhas lágrimas de solidão...
Sabia que era muita coisa... mas o que tinha a certeza... é de que era solidão...
8 Comments:
Dedico este post à minha maninha, Mary! Acho que consegui passar a nossa mensagem mé! :D
Gostei disto...mal posso esperar pelo resto...=)
A tua escrita anda mt "nua e crua".
Keep on the good work :)
p.s. desculpa ter estragado a "fantasia"...xD
E a mensagem foi passada sim sr...e a solidão afecta todos. Não são só vocês :P
Oh John....fiquei tão comovida...e adorei o meu vizinho abixanado =P
A única diferença é que eu nunca me vou sentir sozinha enquanto estiveres comigo maninho =)
adrt**
Está mesmo muito bom! =D Continua com o teu excelente trabalho, my friend! ;)
E enfim... espero bem que não sintam muito essa solidão... pelo menos vão ter sempre os vossos amigos! E o amor... vai chegar.
Kisses ***
É verdade João, esqueci-me de dizer! Gosto das nossas falas terem a mesma cor!
Sim...eu vim reler o post =)
Cruzes... tantos comments!:P Obrigado meninas. Apartir daqui, vou contando as nossas histoprias. Pipa lamento, mas acho que vais aparecer pouco. A tua historia tem mais relevancia apartir daqui :P, ou seja, já passou. De qualquer forma, as vossas personagens andam à votla da minha.:P Sorry o egocentrismo!xD
Jo, não faz mal, a mim ninguém me persegue muahahaha:P
Mary, sim, têm sempre as mesmas cores! Mas... a do assassino é diferente!:P (só falta aparecer uma personagem)
João, lamento, desapareceste, deixaste de existir na historia xD. Isto é anterior a ti, sorry.
Pipa, é impossível nao sentir a solidão. Os amigos não a fazem desaparecer durante muito tempo. DIgamos que são OPTIMOS comprimidos para a dor de cabeça, mas com efeitos curativos a curto prazo.
Beijos
Love yous
Jonny: podes estar descansado q eu faço o romeu antes de ti =P
just give me some time
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