Contagem regressiva para o fim da alma - 12º dia
Post musicado... ponham play e comecem a ler quando a barra estiver completa. é só música de fundo...A música deve continuar depois de vocês acabarem de ler...
é boa para descontrair. Por isso, se quiserem metam-se a ouvi-la até ao fim.
Cinco vidas.... cinco pequenas vidas no mundo, olhavam para as si próprias... A minha sentava-se à janela, olhando as ruas da minha cidade... Ao fundo, o mar de São João brilhava sob o luar. O silêncio fazia voar as pétalas das flores da primavera... aquele silêncio. E eu ali calado, olhando o mundo, do alto do meu campanário, qual Quasímodo!
Estava sereno nesse dia. Não me sentia assim já há tanto tempo... não sentia raiva, não sentia dor, nem desespero. Apenas uma leveza do ser... Lembro-me que escrevi nesse dia um poema a deus... ou contra ele... Um poema que me fez acalmar a alma. Seria por isso, que estava assim? Ou seria porque aos poucos o conceito de Bernardo se desfazia de dia para dia? Irritei-me... Porque não haveria eu de me libertar dos meus fantasma? Batia com toda a força na mesa. Nesse momento a terra tremeu e eu senti-me poderoso.
- Como treme o mundo a meus pés...- ri-me das minhas piadas... ou estaria a rir-me de mim?
*
- Anda pra cama Pipa!
Pedro deitava-se seminu, estendido sobre os lençóis de sede comprados no dia anterior, por pipa, e prontos a "estrear". Pipa estava sentada junto ao seu grande espelho do quarto. Com vigor, tirava a maquilhagem da cara...
- Pedro...
- Diz.
- Tu amas-me?
Um silêncio fez tremer o chão do quarto...Pipa olhou Pedro pelo seu espelho. O rapaz olhava para baixo, tentando arranjar uma forma de fugir da pergunta. Foi então que os seus olhos se iluminaram...
- O que é que tu achas pipa?
- Não sei...- a sua voz murmurava a incerteza da sua alma... mas que lhe importava saber isso... se tinha lençóis novos de sede, por estrear...
A noite encheu-a de tristeza... por muito que se maquilhasse, nunca conseguiria esconder a sua tristeza... por muito que esfrega-se, ela não sairia do seu rosto...
*
- Ufa... que estafa... não é minha linda?- Mariana entrava exausta em casa... trazia consigo um frango assado, o último que o café estava a vender. Como resposta, Dóris ia miando e ronronando, enroscando-se nas pernas esguias da sua dona. Mariana sorriu-lhe...
- Tão pura existência... só queres comida, conforto, protecção e carinho...não é o que todos queremos? - Mariana suspirou. Decidiu que não iria comer frango, mas sim cereais e caminhou para a sala.
- Ora deixa ver o que está a dar...- com um clique, a televisão iluminou-se.
- Oh, não!!! - O ecrã outrora preto e tão previsível, tornara-a a surpreender... estava a dar na televisão o Ghost, o fantasma do Amor, com a Demi Moore - Oh... Carlos António...- ia ela gozando, fazendo beicinho- como eu txi amo!!!.
E lá ia ela fazendo novelas mexicanas, rindo-se dos outros... ou seria dela própria? Não sabia... naquele momento só queria saber do filme e da sua gozação... Naquele momento, o mundo vibrou, mas ela não sentiu...
*
- Vanessa, vamos mudar de turnos. Ficas?
- Não Patrícia. Vou-me embora a seguir ao Sargento Santos vir falar comigo
- Ui... Boa sorte...
- Brigado...
Meia depois, lá entrou o velho sargento, consciente de que era traído pela mulher, mas que nada podia fazer para prová-lo.
- Como está sargento?
- Agora estou melhor...
Todos os dias Vanessa se esquivava dele... queria cheirar-lhe o cabelo, qual louco ou desequilibrado criminoso. Queria sentir o seu corpo com o dela... Ela? Queria não sentir o seu cheiro intenso a perfume rasca... queria ver longe a sua proeminência que em curva, fazia-o parece grávido. Queria vê-lo longe...
- Bom, porque aqui veio hoje
- Por que a queria ver...
- Já falámos disso, Sargento Santos...
- Mas...
- Não quero nada consigo! Por favor deixe-me em paz... - O Sargento baixou a cabeça entristecido. Mas, seria aquilo um sorriso, que Vanessa viu?
- Então posso-lhe falar dos meus problemas?
- É para isso que aqui estou...
E o polícia começou a desbobinar... falava essencialmente da sua vida sexual, tentando impressioná-la com falsidades e fanfarronices... Notoriamente, ali não havia problemas amorosos ou de outra ordem... Vanessa sabia-o, mas a consulta estava paga... Meia hora depois, a psicóloga saiu da esquadra e partiu para a sua casa.... suspirando de todo um dia de trabalho e de irritações... Mal chegou a casa, colocou-se à Janela, olhando as estrelas da noite... sentiu então o tremor de terra.
*
Os seus corpos se entrelaçavam em movimentos carnais. Bernardo usava o corpo e a alma de Joana, como usara tantos outros... Naquela noite, Joana também usava o seu corpo. Traziam os seus cheiros e beijos entranhados nos lábios, nas coxas, na sua alma, no seu ser... Gemiam feito gatos no cio, por vezes gritando, por vezes pedindo quase por socorro, pedindo que aquele bruto ritual terminasse o mais rapidamente possível... outra vezes, prolongavam-se, como se o quisessem para a eternidade.
- Bernardo...
- Car...Joana
Naquele momento a terra tremeu... obviamente não sentiram. A cama já vibrava o suficiente... Joana apercebera-se do erro.... Quem seria Car... Carla? Carina? Não sabia, nem queria saber...Bernardo também não lhe diria quem era Carlos...Naquele momento, os dois esqueceram o mundo e tentaram apagar os seus fantasmas...
é boa para descontrair. Por isso, se quiserem metam-se a ouvi-la até ao fim.
Cinco vidas.... cinco pequenas vidas no mundo, olhavam para as si próprias... A minha sentava-se à janela, olhando as ruas da minha cidade... Ao fundo, o mar de São João brilhava sob o luar. O silêncio fazia voar as pétalas das flores da primavera... aquele silêncio. E eu ali calado, olhando o mundo, do alto do meu campanário, qual Quasímodo!
Estava sereno nesse dia. Não me sentia assim já há tanto tempo... não sentia raiva, não sentia dor, nem desespero. Apenas uma leveza do ser... Lembro-me que escrevi nesse dia um poema a deus... ou contra ele... Um poema que me fez acalmar a alma. Seria por isso, que estava assim? Ou seria porque aos poucos o conceito de Bernardo se desfazia de dia para dia? Irritei-me... Porque não haveria eu de me libertar dos meus fantasma? Batia com toda a força na mesa. Nesse momento a terra tremeu e eu senti-me poderoso.
- Como treme o mundo a meus pés...- ri-me das minhas piadas... ou estaria a rir-me de mim?
*
- Anda pra cama Pipa!
Pedro deitava-se seminu, estendido sobre os lençóis de sede comprados no dia anterior, por pipa, e prontos a "estrear". Pipa estava sentada junto ao seu grande espelho do quarto. Com vigor, tirava a maquilhagem da cara...
- Pedro...
- Diz.
- Tu amas-me?
Um silêncio fez tremer o chão do quarto...Pipa olhou Pedro pelo seu espelho. O rapaz olhava para baixo, tentando arranjar uma forma de fugir da pergunta. Foi então que os seus olhos se iluminaram...
- O que é que tu achas pipa?
- Não sei...- a sua voz murmurava a incerteza da sua alma... mas que lhe importava saber isso... se tinha lençóis novos de sede, por estrear...
A noite encheu-a de tristeza... por muito que se maquilhasse, nunca conseguiria esconder a sua tristeza... por muito que esfrega-se, ela não sairia do seu rosto...
*
- Ufa... que estafa... não é minha linda?- Mariana entrava exausta em casa... trazia consigo um frango assado, o último que o café estava a vender. Como resposta, Dóris ia miando e ronronando, enroscando-se nas pernas esguias da sua dona. Mariana sorriu-lhe...
- Tão pura existência... só queres comida, conforto, protecção e carinho...não é o que todos queremos? - Mariana suspirou. Decidiu que não iria comer frango, mas sim cereais e caminhou para a sala.
- Ora deixa ver o que está a dar...- com um clique, a televisão iluminou-se.
- Oh, não!!! - O ecrã outrora preto e tão previsível, tornara-a a surpreender... estava a dar na televisão o Ghost, o fantasma do Amor, com a Demi Moore - Oh... Carlos António...- ia ela gozando, fazendo beicinho- como eu txi amo!!!.
E lá ia ela fazendo novelas mexicanas, rindo-se dos outros... ou seria dela própria? Não sabia... naquele momento só queria saber do filme e da sua gozação... Naquele momento, o mundo vibrou, mas ela não sentiu...
*
- Vanessa, vamos mudar de turnos. Ficas?
- Não Patrícia. Vou-me embora a seguir ao Sargento Santos vir falar comigo
- Ui... Boa sorte...
- Brigado...
Meia depois, lá entrou o velho sargento, consciente de que era traído pela mulher, mas que nada podia fazer para prová-lo.
- Como está sargento?
- Agora estou melhor...
Todos os dias Vanessa se esquivava dele... queria cheirar-lhe o cabelo, qual louco ou desequilibrado criminoso. Queria sentir o seu corpo com o dela... Ela? Queria não sentir o seu cheiro intenso a perfume rasca... queria ver longe a sua proeminência que em curva, fazia-o parece grávido. Queria vê-lo longe...
- Bom, porque aqui veio hoje
- Por que a queria ver...
- Já falámos disso, Sargento Santos...
- Mas...
- Não quero nada consigo! Por favor deixe-me em paz... - O Sargento baixou a cabeça entristecido. Mas, seria aquilo um sorriso, que Vanessa viu?
- Então posso-lhe falar dos meus problemas?
- É para isso que aqui estou...
E o polícia começou a desbobinar... falava essencialmente da sua vida sexual, tentando impressioná-la com falsidades e fanfarronices... Notoriamente, ali não havia problemas amorosos ou de outra ordem... Vanessa sabia-o, mas a consulta estava paga... Meia hora depois, a psicóloga saiu da esquadra e partiu para a sua casa.... suspirando de todo um dia de trabalho e de irritações... Mal chegou a casa, colocou-se à Janela, olhando as estrelas da noite... sentiu então o tremor de terra.
*
Os seus corpos se entrelaçavam em movimentos carnais. Bernardo usava o corpo e a alma de Joana, como usara tantos outros... Naquela noite, Joana também usava o seu corpo. Traziam os seus cheiros e beijos entranhados nos lábios, nas coxas, na sua alma, no seu ser... Gemiam feito gatos no cio, por vezes gritando, por vezes pedindo quase por socorro, pedindo que aquele bruto ritual terminasse o mais rapidamente possível... outra vezes, prolongavam-se, como se o quisessem para a eternidade.
- Bernardo...
- Car...Joana
Naquele momento a terra tremeu... obviamente não sentiram. A cama já vibrava o suficiente... Joana apercebera-se do erro.... Quem seria Car... Carla? Carina? Não sabia, nem queria saber...Bernardo também não lhe diria quem era Carlos...Naquele momento, os dois esqueceram o mundo e tentaram apagar os seus fantasmas...
9 Comments:
Shake shake. Viva o tremor de terra! E fico à espera de mais posts, tou curiosa para ver o que ainda vai acontecer/já aconteceu =P
Liked it! Bjs ***
lololl. Pois, tb eu. Estou com o mesmo sindrome de sempre: sei o final, sei o inicio e um bocadito da historia... mas não toda. Estou um bocado desinspirado!:P
Também tou desinspirada =(
Eu quero ser a dóris...
lololol. Eu tb jero ser a Pandora! :P Bjs
Não ias matar a carmelo????
Okkk... menos! Porque te lembraste de matar a Carmelo?? Podias dar-lhe outra ideia! Digo eu...
Foi o que eu lhe disse! Mas ela cisma que assim é que dá cabo com a relação com o "João"!Áh e outra coisa! Ao contrario do que dizes Mé, João não é nome de gente má! PROTESTO! Menos discriminação!!!:P
Oh...eu tnh de mata-la senao nao vou parar nunca de escrever com ela!!!
E eu n disse q os joões sao tds maus...só aqueles q são só joão...os outros nao
LOL! Devem haver muito poucos que sejam só João =P mas... é interessante pensar que só se consegue acabar uma relação com a morte. Mas escrevam! Com mortes, sem mortes... escrevam! ;P
***
lolol. Tenho a dizer que uma cagada de post que foi este (em comparação com outros posts), não merecia tanto comentário (apesar de so 3 terem a ver com o post em si :P).
E mé. Eu vejo-me só como João. O carlos é a minha parte fraca, a parte que não reaje! Neste momento sou mais João do que Carlos!
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