Contagem progressiva para o fim da alma (o meio III)
- Estou?
- Hello
- Hello Bernas. Estavas com saudades é?
- Não, apetecia-me gozar com alguém... - riu-se
- Não escolheste bem a pessoa. Estou farto de trabalhar, lembraste?
- Opss. Esqueci-me. Mas pronto. Era só para te dar um beijo.
- Ligo-te mais tarde, está bem?
- Está Carlitos.
- Bah! Eu detesto esse nome!
- Eu adoro...- a malícia juntava-se ao carinho, do outro lado do telefone.
Despedimo-nos e eu continuei a trabalhar. Sobre a minha secretária, 8 livros sobre matérias diferentes, abriam-se em páginas corridas de texto, sem uma única figura.
- Merda para este dossier...
De novo o telefone tocou...
- És feio....
- Pipa! Eu estou a trabalhar!!!
- Ta bem... desculpa... - longa pausa - és um trabalhador feio...
- Estás-te a divertir?
- Imenso! Sorry lá, precisava de falar com alguém...
- Então, que se passa?
- É o Pedro. Ele anda a fugir de mim!
- Pipa, deve ser impressão tua!
- Não... ele no outro dia... eu toquei-lhe e ele encolheu-se todo... e hoje desviou-se da minha boca!!!
- Ok... fazemos assim. vai falar com ele e depois eu ligo-te para falarmos, pode ser?
- Que remédio!
Desliguei novamente o telefone.
- Ora então:
" O autismo ... blá blá blá... manifesta.... blá blá blá... características especificadas..."
- Uiii! Belo erro!
O telefone tocou outra vez... Era de novo Bernardo
- Tou chato, que é que queres? - perguntei carinhosamente.
- Carlos? Daqui fala Alberto...
O telefone ia-me caindo das mãos...
- Senhor Alberto, como está? Peço desculpa, pensava que era o seu filho...
- É exactamente de ele, como calcula que lhe quero falar... o meu filho está apenas confuso. Não sabe aquilo que quer.
- O seu filho se estivesse confuso, não estava comigo há quase um ano! - adoptei um tom de voz forte e determinado
- Confusões de adolescentes!
- O seu filho tem 22 anos. Eu quase 23, não há aqui adolescentes.
- Ahhh- suspirou- então diga-me lá... quanto quer?
- Desculpe?!
- Quanto dinheiro quer?
- Nada. Eu não estou atras do dinheiro de ninguém.
- Ouça... - a sua voz estava inquieta
- Não! Ouça você. Eu amo o seu filho e ele a mim. Se tem um problema com isso, trate-o. Não se meta na relação de dois adultos!
- Você não sabe do que eu sou capaz!
- Pois não sei... mas você também não!
O telefone desligou-se do outro lado da linha. Alberto era um pai autoritário que se deixava cegar pelo preconceito e pela "desonra" que era ter aquela infame relação na família. Era um homem capaz de tudo para não ver o seu nome manchado...
- Hello
- Hello Bernas. Estavas com saudades é?
- Não, apetecia-me gozar com alguém... - riu-se
- Não escolheste bem a pessoa. Estou farto de trabalhar, lembraste?
- Opss. Esqueci-me. Mas pronto. Era só para te dar um beijo.
- Ligo-te mais tarde, está bem?
- Está Carlitos.
- Bah! Eu detesto esse nome!
- Eu adoro...- a malícia juntava-se ao carinho, do outro lado do telefone.
Despedimo-nos e eu continuei a trabalhar. Sobre a minha secretária, 8 livros sobre matérias diferentes, abriam-se em páginas corridas de texto, sem uma única figura.
- Merda para este dossier...
De novo o telefone tocou...
- És feio....
- Pipa! Eu estou a trabalhar!!!
- Ta bem... desculpa... - longa pausa - és um trabalhador feio...
- Estás-te a divertir?
- Imenso! Sorry lá, precisava de falar com alguém...
- Então, que se passa?
- É o Pedro. Ele anda a fugir de mim!
- Pipa, deve ser impressão tua!
- Não... ele no outro dia... eu toquei-lhe e ele encolheu-se todo... e hoje desviou-se da minha boca!!!
- Ok... fazemos assim. vai falar com ele e depois eu ligo-te para falarmos, pode ser?
- Que remédio!
Desliguei novamente o telefone.
- Ora então:
" O autismo ... blá blá blá... manifesta.... blá blá blá... características especificadas..."
- Uiii! Belo erro!
O telefone tocou outra vez... Era de novo Bernardo
- Tou chato, que é que queres? - perguntei carinhosamente.
- Carlos? Daqui fala Alberto...
O telefone ia-me caindo das mãos...
- Senhor Alberto, como está? Peço desculpa, pensava que era o seu filho...
- É exactamente de ele, como calcula que lhe quero falar... o meu filho está apenas confuso. Não sabe aquilo que quer.
- O seu filho se estivesse confuso, não estava comigo há quase um ano! - adoptei um tom de voz forte e determinado
- Confusões de adolescentes!
- O seu filho tem 22 anos. Eu quase 23, não há aqui adolescentes.
- Ahhh- suspirou- então diga-me lá... quanto quer?
- Desculpe?!
- Quanto dinheiro quer?
- Nada. Eu não estou atras do dinheiro de ninguém.
- Ouça... - a sua voz estava inquieta
- Não! Ouça você. Eu amo o seu filho e ele a mim. Se tem um problema com isso, trate-o. Não se meta na relação de dois adultos!
- Você não sabe do que eu sou capaz!
- Pois não sei... mas você também não!
O telefone desligou-se do outro lado da linha. Alberto era um pai autoritário que se deixava cegar pelo preconceito e pela "desonra" que era ter aquela infame relação na família. Era um homem capaz de tudo para não ver o seu nome manchado...
*
Não muito longe da casa dos pais, Bernardo tocava à campainha do número 3 D da torre de São Rafael em Lisboa. DO outro lado, uma voz feminina e sensual ronronava dizendo que estava a ir.
Ao abrir a porta, olhou-o de alto a baixo e sorriu, despindo parte do seu roupão. Aquela era Sofia, a filha do melhor amigo do seu pai...
O motivo de Bernardo para tantas visitas à sua casa de infância...
3 Comments:
Começa-se a fazer luz nas vossas cabeças?
lolol
Na minha começa. Estou ja a engendrar o resto da história!:P
Será ROmeu e Juleita vs Bela e o monstro!:P
lololol
Romeu e Julieta versus Bela e o Monstro??
Não entendi nada
lololol. Romeu e juleita -> Paixao
O mosntro e a bela (eu xD)
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