quinta-feira, junho 21, 2007

O Cinismo dos Amantes

Tomás sorria ainda com o sangue quente
E com impressões de Carmim no corpo.
Tomara ele assim sempre contente,
Que faria de Carmim o seu porto.

Mas o que era Carmim sem Bianca?
O que era um demónio sem um anjo?
E o que é o demónio senão um anjo
No qual Deus não põe fiança?

Há quantas luas era assim:
A terna Bianca enchendo-lhe a casa de amor
A fogosa Carmim
Libertando-o do fulgor.

Tomás trazia ainda um forte odor a jasmim,
Quando em casa entrou
E sentiu outro que não era de Bianca,
Nem de Carmim!

"Mulher desalmada!"
grita para Bianca avermelhada
"Julgaste que o podias esconder?
Que eu não ia ver?"

"Pois a única cega não hei-de ser!
Há meses que te lavo camisas
Tão de Carmim manchadas
que quase tenho de as ferver!"

Gente apaixonada e desalmada
Que culmina lindas tardes de amor
com noites de bofetada!

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Adorei o peoma. Gosto principalmente do final!

E não te atrevas a tirá-lo!

21/6/07 21:47  
Blogger Pips said...

Lol! Que moca! Realmente o final parte tudo! =D ai... raisparta ao amor!

22/6/07 09:13  
Blogger Greenish Fae said...

Esperei, esperei, esperei para ver se me lembrava de alguma coisa inteligente para comentar mas no que toca a relações sou mesmo um zero à esquerda. Por isso desisti e resolvi passar aqui só pa dizer que gostei muito do teu poema :)

27/6/07 23:08  

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