O médico monstro
Dr. Marcelo (que nome respeitável) deveria estar na clínica às 09:00h. Como tal, achou razoabilíssima a ideia de apanhar o metro pelas 08:55h.
Como detestava aquele eufemismo do mundo que era o metro lisboeta de manhã! Detestava os escriturários vulgares que apanhavam todos os lugares sentados com a sua mania de correr para os transportes; detestava os trabalhadores negros e o cheiro de todos os estrangeiros operários; mas sobretudo detestava aquelas velhas senhoras convenientemente cegas que se arrastavam pelas carruagens pedindo auxílio! Como o empatavam aquelas velhas, a ele, médico com tanta pressa na ceifa de vidas e colecta de expólios que os doentes ofereciam voluntariamente.
Ouviu o telefone tocar sobre a tumultuosa multidão cadavérica da manhã (porque não pegara ele no mercedes, logo hoje!). O número era o do seu filho. Que queria aquele pequeno sanguessuga? Já não lhe bastava a pensão de alimentos que lhe extorquia todos os meses desde o divórcio? Pôs o telemóvel em silêncio e decidiu não se incomodar mais com a família! Não estava separado afinal?
Uma perfumada loura dos seus vinte anos sentou as suas tenras e generosas carnes ao lado de dr. Marcelo. Suculentíssima criatura! Ela de nada sabia, mas acabara de garantir a Marcelo e à sua nova esposa uma linda noite de amor. Que havia de melhor do que uma jovem na mente e uma velha esposa na cama?
09.20h. Dr. Marcelo recusava-se a atender qualquer paciente antes do seu segundo pequeno almoço. Entrou no café custumeiro e pediu um café e uma bola de berlim. A roliça empregada tardou a servi-lo (baleia inútil!), mas como esse não era comentário conveniente, Marcelo apontou para a fotografia da pequena Madeleine e sussurrou-lhe:
Como detestava aquele eufemismo do mundo que era o metro lisboeta de manhã! Detestava os escriturários vulgares que apanhavam todos os lugares sentados com a sua mania de correr para os transportes; detestava os trabalhadores negros e o cheiro de todos os estrangeiros operários; mas sobretudo detestava aquelas velhas senhoras convenientemente cegas que se arrastavam pelas carruagens pedindo auxílio! Como o empatavam aquelas velhas, a ele, médico com tanta pressa na ceifa de vidas e colecta de expólios que os doentes ofereciam voluntariamente.
Ouviu o telefone tocar sobre a tumultuosa multidão cadavérica da manhã (porque não pegara ele no mercedes, logo hoje!). O número era o do seu filho. Que queria aquele pequeno sanguessuga? Já não lhe bastava a pensão de alimentos que lhe extorquia todos os meses desde o divórcio? Pôs o telemóvel em silêncio e decidiu não se incomodar mais com a família! Não estava separado afinal?
Uma perfumada loura dos seus vinte anos sentou as suas tenras e generosas carnes ao lado de dr. Marcelo. Suculentíssima criatura! Ela de nada sabia, mas acabara de garantir a Marcelo e à sua nova esposa uma linda noite de amor. Que havia de melhor do que uma jovem na mente e uma velha esposa na cama?
09.20h. Dr. Marcelo recusava-se a atender qualquer paciente antes do seu segundo pequeno almoço. Entrou no café custumeiro e pediu um café e uma bola de berlim. A roliça empregada tardou a servi-lo (baleia inútil!), mas como esse não era comentário conveniente, Marcelo apontou para a fotografia da pequena Madeleine e sussurrou-lhe:
- Que tragédia...
3 Comments:
lolololol. Valeu a pena esperar por inspiração. Adorei a baleia inútil!:P lolol.
Esse homem é execrável (é assim que se escreve?:P).
Beijos.
(Still waiting for the SMS)
Hmm... este post foi um pouco estranho! Mas acho que identifico uma pequeníssima semelhança com uma certa pessoa a quem se diz para estar em tal sítio às 17.00h, por exemplo, e que sai de casa às 17.05h =P
Bjs ***
Sim, foi estranho...mas acho que podes interpretar isto como um dos meus simples ataques de raiva contra a humanidade (especificamente este tipo de classe médica) =P
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