domingo, agosto 31, 2008

perdidos - perto de casa

Barcelona. Finalmente Barcelona! Um poço de cultura e diversão inesgotável! E onde estavam eles? À porta de um rés do chão com letras cor de rosa a piscar por cima "peluqueria"...

Parecia a Matt e a João ter passado uma vida inteira quando as três raparigas saíram do cabeleireiro.

- Gostas???? - perguntou Vicky com um enorme sorriso.

Matt não sabia para onde era mais dificil olhar: se para o novo cabelo preto asa de corvo da irmã, assustador em contraste com a sua pele pálida e sardenta e olhos azul céu, se para o louro pseudo-dourado de Vera com um efeito terrível em comparação às sobrancelhas e pestanas pretas. João antecipara-se e decidira olhar apenas para Bárbara, que voltara ao seu tom castanho chocolate original depois de horas a tentar tirar madeixas vermelhas.

- É...qualquer coisa... - começou Matt.
-É...sensacional... - continuou João, a troça a tornar-se uma gargalhada cúmplice.
- É indescritivel eu diria. - riu Matt.
- Prefiro fenomenal... - acrescentou João.

Pela primeira vez os dois rapazes estavam em sintonia. Quem sabe sintoma do choque.

- Estás linda Bárbara! - disse João

- Obrigada...- Bárbara corou. Há empo tempo que não corava. Há tanto tempo que não se sentia ela e que não ganhava um elogio só por ser quem era...sentia-se em casa...ou quase. No dia seguinte voltaria ao seu pequeno apartamento com Nívea. Matt, Vicky, João e Vera seguiriam para Lisboa. Só mais um dia.

- É mesmo assim tão mau? - lamentou Vera
- É pior! - respondeu Matt, com o inconfundível sorriso irónico.
- Não me interessa o que tu pensas, sabes? - era mentira. Mas dizer a verdade doia muito mais, e Vera decidiu calá-la.
- Não sejas assim Matt...sentimo-nos diferentes e queremos ver-nos diferentes...compreendes? - Vicky defendeu a amiga, num dos muitos acessos anti-irmão que nela vinham crescendo.
- Não. - respondeu o inglês.
- Mais ou menos...sempre quero ver o que a tua mãe vai dizer Verinha! - João sorriu maliciosamente.
- Amanhã veremos....mas tenho-te sempre a ti!

sábado, agosto 30, 2008

Teoria da Cara ou Coroa (apresentação)

"Cada ser partilha duas almas, ao longo da sua vida. Enquanto uma dorme, a outra desperta, algures noutro lado, começando noutro corpo, um novo dia".

João pousou o livro na cabeceira que tinha sido colocada junto à sua cama.
- Disparate...- João era um céptico. Não acreditava em milagres, no poder do amor e na alegria. Vivia sozinho num apartamento na rua das finanças de Cascais. Não muito longe de si, tinha tudo aquilo de que precisava para viver: Cafés, um hospital, todos os serviços sociais, e a praia...
Vivia feliz na sua solidão, que muitos diziam ser acaso de um destino. Não era... João escolhera viver sozinho, num apartamento, sem animais de estimação, sem plantas, sem pessoas, para que pudesse ser ele. Para que pudesse aproveitar cada momento, cada segundo, que o seu egoismo lhe dava. É certo que tinha várias visitas nocturnas... dezenas de raparigas já tinham entrado no seu mágico antro de "amor".
- Amor...- disse ele para si, rindo-se histericamente. Para ele, nada disso valia a ponta de um corno: a sua família estava longe de mais para ele, algures no Monte Estoril; e João nunca tinha estado apaixonado. - que disparate...
João olhou em volta para o seu quarto. Estava todo ele meticulosamente bem organizado. As prateleiras que se erguiam na parede à sua frente, guardavam todos os seus preciosos discos de música clássica, todas as suas partituras e todos os seus livros.
- Este não vai para ali!- disse ele, olhando para o livro que acabara de ler. O livro falava de tudo aquilo que lhe era indiferente. o Amor, a tristeza, a vida. Para ele, apenas a música importava... apenas o seu enorme ego de pianista, importava.
- Bom! É melhor ir dormir.
João apagou a luz e mergulhou no seu sono. Mal sabia ele que a sua alma gémea se levantaria exactamente nesse preciso segundo.

*

Miguel despertava de uma longa noite de sono.
- Que merda....
Miguel era filho de emigrantes que tinham partido de uma pequena localidade perto de coimbra, chamada Candosa, para irem trabalhar no outro lado do mundo, em Sydney.
- Filho. Are you wake?
- Yes mother! - gritou ele como resposta - R'ais parta a mulher!
Miguel olhou para o relógio, eram agora 10 da manhã.
- Bah...- suspirou ele.
Miguel trabalhava numa loja de desporto, perto da praia. Para uma loja tão pequena, tinha bastante movimento devido aos campeonatos de surf que lá se faziam. Poderia ser um emprego interessante para um maníaco do desporto, mas para ele não...
Miguel tinha sonhado que um dia seria médico, talvez em Portugal. De todas as especialidade, a Pediatria era talvez a que mais lhe agradava. Adorava crianças. Via nelas a paixão pela vida, a alegria, o amor puro e inocente. Tudo aquilo que ele amava.
- Que eterno romântico...- pensou, enquanto se lembrava do sonho.
Vivia ainda com os pais num pequeno apartamento perto da praia. Por conseguinte, não tinha muitos dates, nem muitas girls o iam visitar. Ele bem que tentava ter uma namorada, mas nunca parecia conseguir. Uma vez, tentara pedir a uma rapariga, o seu número de telefone, num bar. A coisa tinha corrido tão mal, que ele tinha ido parar ao hospital com um olho negro, acompanhado pela rapariga, que tinha queimaduras de segundo grau, na cara.
- Coitada...- pensou ele. Mal se tinha aproximado, tropeçou nos atacadores, empurrando-a contra lareira que estava acesa nesse momento. Como resposta a queimadura, a rapariga decidiu deixar-lhe uma marca no olho.
- Bom. Vamos lá. - Miguel estava farto da miserável vida que levava. Tinha quase a certeza de que nunca iria ser alguém, que nunca iria voltar a Portugal e que nunca mais se iria libertar daquela solidão, que ele tentava esconder a todo o custo.
Miguel agarrou nas suas chaves e no livro que estava a ler e coloco-os na mala. Olhando para o livro, Miguel pediu em voz baixa aos deuses, que a sua outra alma, tivesse uma sorte melhor na vida, do que ele...

sábado, agosto 23, 2008

...

PLAY

Vissi d’arte, vissi d’amore,
non feci mai male ad anima viva!
Con man furtiva
quante miserie conobbi aiutai.

Sempre con fè sincera
la mia preghiera
ai santi tabernacoli salì.
Sempre con fè sincera
diedi fiori agl’altar.

Nell’ora del dolore
perchè, perchè, Signore,
perchè me ne rimuneri così?

Diedi gioielli della Madonna al manto,
e diedi il canto agli astri,
al ciel,che ne ridean più belli.
Nell’ora del dolor
perchè, perchè, Signor,
ah, perchè me ne rimuneri così?

terça-feira, agosto 12, 2008

Achados (último - Memórias)

O coração de Marco começou a bater sem parar, no seu peito. A voz da mulher... era isso!
Miriam adorava música e em particular ópera.

*

- Vês. Afinal tu gostas de ópera!
- É por estar a ouvir contigo, amor!
- Não é nada!! É porque isto é giro!!!- disse-lhe Miriam certa vez.
Estavam a caminho de Itália, aconchegados no comboio, que viajava por dentro da noite.
- Eu detesto! É tão gay! - declarou Pipi, fazendo toda a gente soltar uma gargalhada.
Sofia não se pronunciou. Nessa noite estava mais introspectiva. Durante o dia, tinha-se afastado progressivamente e Miriam, poderia quase jurar, que a tinha visto a sair da carruagem/casa de banho, a limpar os olhos inchados de tanto chorar.
- Sofia?
- Sim?
- Estás muito calada hoje!
- Eu não estou bem...
A conversa ficou por ali.
Sofia tinha percebido o quão sozinha estava. Aqueles não eram os seus verdadeiros amigos. Aquelas não eram as pessoas que, num momento de aflição, a podiam socorrer. Por outras palavras, aquelas três pessoas, não passavam de versões mais simpáticas dela.
- Onde estão vocês?- suspirava ela durante a noite.
Sentia falta da Vera, do seu sorriso, do seu abraço. Sentia-se imunda por tudo o que tinha feito. Sentia vontade de se atirar para a linha, no momento em que a Vera, quando a visse, dissesse: "Não te quero ver!".
E não queria admitir... mas também sentia falta do João. Eram amigos, apesar de tudo.
- Aquele dia...- disse para si, sorrindo.
- Acho que ela pirou de vez! - disse o Pipi.

*

Sofia recordava um episódio infeliz, com João. Numa festa entre amigos, a Vera bebeu de mais e caiu para o lado. Nessa festa, tinha conhecido o Tomás, que lhe tinha segurado na cabeça, enquanto ela desmaiava. João e Sofia tinham também bebido de mais. Os dois beijaram-se, simplesmente por que sim.
- O que foi isto?
- Não sei!- disse Sofia assustada!
Riram-se os dois pela noite fora e conversaram imenso. No dia seguinte, seguiram as regras que ambos tinham criado, inconscientemente, e à frente da Vera, começaram de novo a lutar.

*
Mário despertou das suas memórias e começou a correr.
- De onde vem esta voz?
Tinha de a encontrar. Tinha de lhe pagar o que é que fosse preciso, para que ela cantasse aquela música para Miriam. A primeira música de ópera que tinham ouvido juntos.
Correu ruas e ruas... e nada.
- Mas que raio?
Era o mal das cantoras profissionais. A voz dela ecoava pela cidade, pelas ruas, voando como o vento e dispersando-se como o mar.
- Aqui está ela!
A cantora estava já a arrumar as suas coisas quando Marco a chamou.
- Ciao!Posso falar contigo?
- Ciao!Depende do que quiseres!- disse a italiana levantando as suas sobrancelhas.
Marco explicou a situação e implorou de joelhos, que cantasse aquela música.
- Tens sorte... já cantei isso uma vez!
Uma vez era um bocado mau! Mas era melhor do que nunca!
- Eu pago-te tudo o que tu quiseres!
A italiana olho-o com ternura e disse
- no mínimo 300 euros!
*
- Vamos sair hoje a noite!- declarou Sofia
- Não me apetece nada!- disse Miriam
- Vamos lá!Tens de sair! De espairecer!- disse Pipi
- What are you talking about?I'm not feeling so good...
- Go toilet please! Go toilet!-exclamou no seu inglês característico, o Pipi.
Travis estava novamente mal do estômago, pelo que obedeceu.
- Vão vocês! Eu fico bem!
- Não Miriam. - a Sofia agarrava-lhe as mãos com força e olhando-a nos olhos quase que a hipnotizou. Miriam viu a certeza de Sofia e assentiu.
- Ok... vamos lá. Vamos onde afinal?
- Vou ver...- Sofia deixou o quarto e desceu à recepção - Desculpe. Deixaram algum recado para mim?
- Sim. Agora mesmo, o rapaz saiu agora mesmo! Aqui tem.
O empregado deu-lhe um bilhete para a mão e voltou para o seu posto.
" Sofia. Não saiam de onde estão. A surpresa vai ter com vocês, hoje à noite! Beijos, Marco".
- Merda para o rapaz!- gritou ela!- Grazie!
Sofia subiu escada a cima e ofegante, pela correria, informou os outros que afinal, não iam sair hoje!
*
Eram 22 horas. Longe já ia o jantar e perto estava a hora do descanso. Amanhã partiriam rumo a Lisboa, trazendo todos, bem mais do que as suas lembranças!
- Explica lá porque é que não vamos sair?
- Não te quis forçar...
Miriam lançou-lhe um olhar incrédulo.
- Ok ok... vais ver!
- Vou ver o quê?
- Guys, I don't feel so good...
- Go toilet! - exclamou Miriam, tentando que não mudassem o tema da conversa. Pipi tinha ido à farmácia para comprar qualquer coisa que estabilizasse o estômago do seu namorado.- Diz-me ja o que se passa, Sofia!
Nesse momento, uma voz invadiu-lhes o quarto, cantando a música favorita de Miriam.
- Mas que raio?
Miriam correu para a janela e abriu a portada. Lá estava Marco, em baixo, na rua, carregado de flores e com um sorriso de orelha a orelha. Ao seu lado, uma cantora cantava a ária Quando m'en vo, da La Boheme. Até tinham um rapaz a tocar violino ao seu lado, com ar apaixonadíssimo, pela música.
- AMO-TE!- gritou Marco
- Também te amo muiiito!!- gritou Miriam com um sorriso magnífico no rosto. Sofia não conseguiu deixar de sorrir também.
A rua parara toda para assistir.
- O que estás à espera? Desce!!!- gritou Sofia.
Miriam correu escadas abaixo e saltou nos braços de Marco, beijando-o na boca. Sofia observava de cima, chorando de tanta emoção... Pipi chegava agora da farmácia. Mal viu a cena, desatou a chorar feito uma Maria Madalena!
- Marco. Tu não me traíste pois não?- perguntou Miriam, sussurrando-lhe ao ouvido.
- Não sei... fui drogado! Mas sei quem o fez.
- Quem foi?- Miriam estava agora séria
- A Zandra.
- Aquela filha da ...
- Shhhh. Eu tenho duas perguntas para te fazer.
- Diz.
- O que tenho de fazer para viver em Espanha?
Miriam sorriu e beijo-o na boca.
- Depois eu explico. E a segunda?
Marco pôs-se no chão e abriu a caixa que tinha no bolso.
- Miriam. Queres casar comigo?

sexta-feira, agosto 01, 2008

PORMENOR IMPORTANTE! FIZEMOS DOIS ANBOS DE EXISTÊNCIA E NINGUÉM SE LEMBROU!!!!XD

PARABENNNNNSSSS!

Achados (último, parte I) - Smile


- Já sabes o que gesto romântico é que vais usar para a reconquistar?- perguntou Sofia olhando para o seu chá de jasmim. Estava mesmo mudada... Ela a beber chá? Ela a tratar da vida amorosa dos outros? O que se passava com ela? "Transformei-me na Vera" - certo dia pensou.
- Eu... estava a pensar dar uma flores e declaram-me no meio da rua, num sítio carregado de gente, gritando "Eu amo-te Miriam!".
Sofia revirou os olhos fingindo estar nauseada.
- O quê? é mau?
- Marco...
- Sim?
- Não achas um pouco cliché?
- Ah... não.
Sofia revirou novamente os olhos.
- HOMENS!
- Então o quê?
Sofia deixou uma gargalhada estridente espalhar-se e propagar-se pelo café. Estava mudada, mas não tanto assim!
- Eu é que sei? ´TU é que és o namorado dela! Prova que a mereces!
- Mas podias ajudar!
Sofia olhou-o num misto de ternura e desprezo.
- Não... esta é uma viagem que terás de fazer.
- Viagem?
- O Pipi já fez a dele... a Miriam também. Eu estou a caminho... Este é o teu percurso... não o meu.
Marco estava nesse momento com um olhar tão estranho que a senhora da mesa ao lado quase se levantou para verificar se ele não precisava de assistência médica.
- ahhh... ok...
- Agora desculpa, mas vou-me embora. Quando decidires o que vais fazer, deixa uma mensagem com o local, nesta pousada. Nós vamos lá ter amanhã.
Posto isto, Sofia levantou-se e partiu para a porta. Antes de sair, virou-se para trás e disse-lhe:
- Já agora. Paga isso se faz favor, que eu não tenho aqui dinheiro!


*
- Miriam?
- Sim Pipi?
- Ainda gostas do Marco?- perguntou ele, deixando os dedos da rapariga moverem-se pelo seu cabelo encaracolado.
Um silêncio penoso invadiu o quarto naquele instante. Uma tristeza quase palpável rodeou e sufocou Miriam. Tirou-lhe quase todo o ar, ao ponto de não conseguir produzir sons. Estava rouca, estava muda.... estava triste...
- Sim. - murmurou a custo, enquanto as lágrimas que haviam sido presas, amarradas e trancadas nos olhos, se soltavam e lhe escorriam pela cara.
Pipi sorriu-lhe com toda a sua inocência e num tom calmo, disse-lhe:
- Não te preocupes... ele virá! E tudo será resolvido. Tenho a certeza de que nada daquilo que viste, se passou de um mal entendido.
- Como sabes? - disse fungando.
Pipi olhou-a com mais ternura do que nunca, e secando-lhe as lágrimas disse-lhe:
- Porque sei que ainda existem muitos homens bons neste mundo. E ele sem dúvida que está entre eles...
O momento mágico foi interrompido nesse momento pelo som do vómito produzido por Travis, na casa de banho.
*
- Que viagem...- murmurou para si Sofia. Estava num jardim imenso, com fontes e árvores e crianças barulhentas... o jardim estava apinhado de gente e mesmo assim, ela sentia-se sozinha. Aquela viagem tinha sido muito mais do que aquilo que ela imaginara. Tinha perdido dois amigos, e ganho quatro. Tinha perdido um amante e ganho uma auto-estima.Quando falara da viagem de Marco, falara de um caminho, um percurso. Estava-se a referir àquilo pelo qual todos eles tinham passado ou estavam a passar... a mudança, a vida a seguir diferentes rumos:
Pipi aprendera de novo o significado do amor! Tinha descoberto que não ia ficar sozinho, que ia ficar bem, desde que mudasse, que aprendesse a gostar dos outros, como gostava de si.
A Miriam já tinha mudado mesmo antes de ter ido para o interrail. Tinha aprendido a confiar nos outros, a não seguir todas as regras, a ser livre, a viver. O interrail só veio acelerar o processo...
O Marco, tinha de aprender a não tomar nada por certo, tinha de aprender a lutar, a lutar não só por aquilo que queria, mas por aquilo que já tinha também.
- Espero que ele perceba a tempo!- disse para si própria...
E ela? O que tinha mudado nela?
Talvez a mudança tivesse sido pequena, mas para ela, fazia toda a diferença. Ela tinha aprendido tudo o que os seus companheiros tinham andado a aprender durante a viagem. Tinha aprendido com o Pipi, a viver junto dos outros, a dar tanto de si aos outros, como a si própria... com Miriam, tinha aprendido que a vida é curta e que precisava de valorizar aquilo que de melhor tinha na sua vida... e com Marco, aprendera que nada estava perdido.
Nesse momento, Sofia olhou em frente, para a grande fonte que se enguia, por entre os grandes arbustos e árvores. Meteu a mão no bolso e vasculhou...Lá encontrou dois euros.
- Afinal tinha dinheiro para o café! - sorriu para si. E levantou-se. Levantou-se e correu para a fonte, lançando a moeda e pedindo a todos os anjos que a pudessem ouvir, que aquela moeda invertesse o seu destino e que quando chegasse a Lisboa, encontrasse a Vera e o João, para poder de novo voltar ao refúgio que era a sua amizade...
*
- Bem me podia ter dito qualquer coisa, para me ajudar!- resmungou Marco para si...
Marco errava pelas ruas de Roma, procurando uma inspiração, uma luz que lhe iluminasse o cérebro de uma vez!
- De que é que ela gosta?- pensou. E então ouviu ao longe, a voz de uma mulher... uma mulher que cantava na rua, ópera e outras canções! O seu cérebro iluminou-se e naquele momento, Marco entrou na sua viagem, no seu caminho, que só terminaria, quando lado a lado se deitasse com a Miriam, para morrer.