quinta-feira, setembro 28, 2006

Rapunzel, uma história com bolinha vermelha

Certo dia, quando ainda vivia no alto da torre da Bruxa Malvada, Rapunzel notou que tinha as pontas espigadas (pânico!), e que nenhum príncipe digno desse nome subiria por aqueles estragados cabelos. Correu ao continente on line e, meia hora depois, aí estava uma palete da maravilhosa cura: "Herbal Essences"!

Uma lavagem apenas foi o que bastou: os anuncios diziam verdade! Aquele era de facto o shampoo "O" (uma princesa não pode dizer esta palavra toda!)!...Todos os dias, várias vezes ao longo dele, Rapunzel abusava daquela sua magnífica descoberta, até que um dia o Príncipe (com maiúscula, já que estes nunca têm nome) trepou pelas suas tranças tão cheirosas e a levou para o seu palácio, onde Rapunzel esperava finalmente viver o seu grande amor...

E ela adorava o Príncipe, não pensem que não...mas e aquele "O", aquele precioso "O", ele nunca foi capaz de igualar. Quando se apercebeu deste seu erro, Rapunzel divorciou-se, usou a pensão para comprar "Herbals" de todos os aromas (e "O"s) possíveis e voltou a viver na sua antiga "penthause" que alugava à Bruxa Malvada.

Rapunzel amava...

segunda-feira, setembro 25, 2006

“Deus escreve direito sobre linhas tortas” – certa vez ouvi dizer...Mas, agora imaginem alguém cujos caminhos foram esquecidos e saberão quem sou. Sou o Homem sem destino, aquele que apenas o começo foi traçado. Que não tem nem final, nem meio, nem quase vida, não tivesse eu a vontade de viver!
Há quem me chame o “escolhido”. Para mim, estou mais na base do esquecido, aquele que não segue linhas, sejam tortas ou direitas e que nem na palma da mão, se encerram linhas orientadoras ou caminhos ocultos. Aquele cuja vida se limita a deambular pelo mundo, até que este acabe. O meu nome? Não importa. Sou um simples mortal ao vosso dispor.
Mas para melhor explicar este quase sonho, esta quase miragem minha, que só sei não o ser pelas irrefutáveis provas que tenho, mais vale que conte tudo como começou:
Certo dia, sim porque Deus já havia inventado o dia e a noite, Deus decidiu criar o Homem. Não se iludam no entanto, não criou apenas o destino de um tal de Adão e de uma Eva. Traçou entre os grão de areia do deserto sombrio, linhas que se uniam, que formavam longos caminhos que até ao infinito do universo se moviam, unindo-se aqui e ali, num jogo sublime de acaso. Assim criou as relações. Aquele unia-se com aquela, ou aquela com aquela, ou ainda aquele com o outro. Uniu cada caminho, formando assim um labirinto descomunal. Pois, cada uma das porções do labirinto, correspondia a uma pesada ou leve mão. Por conseguinte, cada mão se fazia dividir em traços, na sua maioria, em três longos traços, que mais tarde as videntes chamariam de linha do amor, da fortuna e a vida. Pois, qual ironia a minha, semelhante ao deus mortal Aquiles, minha mãe, ou devo dizer, meu deus, sobre um pé se balançava, preenchendo todo o deserto com a sua decisão. Mas nesse ponto em que o seu pé tocava, nenhuma marca ele pousou. Seu pé, como as suas mãos, por ser dono do seu destino, não tinha qualquer marca, qualquer traço. Limpo de decisões preconcebidas.
Pois nesse ponto, cabia pois, cada uma das minhas mãos, que assim se tornaram limpas, suaves e direitas, sem qualquer contorno mais profundo. Excepto, obviamente, o pequeno traço, que saia das mãos dos meus pais, até aos pés de Deus. Com isto, apenas um início me fora concebido. Não um fim. Não um objectivo. Não um amor, uma vida ou fortuna. Fiquei assim condenado, não a ser um deus entre mortais, mas sim um sublime esquecido, lembrado apenas pelos meus pais, que retinham a memória de uma criança terem tido.
Assim nasci eu. Uma criança normal, sem qualquer alteração. Apenas não tinha marcas na minha mão. Me foi então concedido um dom ou uma maldição?
Pensem em esquecimento, tristeza e solidão...e aí a mim, com toda a certeza e sem hesitar, me responderão...

sexta-feira, setembro 22, 2006

I'M BAAAAACCCCKKK!!!


Esta estranha sombra que sobre mim se abatia, deixou o sol entrar...

E assim, das chamas fui buscar a luz...

Da terra a sua segurança...

Do ar o meu combustível...

E da água a minha saliva...
Para poder-me erguer enfim.. não como todos pensavam que viria depois da sombra (fénix), mas sim como um tigre que nunca perde o rumo nem a sua presa...



Cuidado! Eu mordo :P